quarta-feira, 7 de novembro de 2012

EDUSP comemora 50 anos com Simpósio Internacional


José Mindlin, empresário e bibliófilo brasileiro, disse certa vez que “não conseguiria viver em um mundo sem livros”. E para refletir sobre o futuro do livro e os desafios do universo editorial e acadêmico, a EDUSP promoveu, entre os dias 5 e 8 de novembro, o Simpósio Internacional Livros e Universidades. O evento celebra os 50 anos da editora com debates e trocas de experiências entre profissionais de editoras universitárias brasileiras e do mundo.

Diretor-Presidente da editora desde 2000, o professor Plínio Martins Filho ressaltou que, desde 1989, a EDUSP se consolidou como uma editora independente, que atua na publicação de obras de reconhecida relevância, e não pela lógica do mercado editorial. Para a professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, da Pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP (PRCEU-USP), as editoras universitárias “têm que ter uma relação com a formação do gosto pela leitura e isso ultrapassa qualquer condição de mercado”.

Para o diretor da EDUSP, “o livro é a principal finalidade de uma editora, mas não é a única. As editoras universitárias também funcionam como centros de pesquisa em arte, comunicação e tecnologia”. Por isso, a EDUSP conta também com o Núcleo de Estudos do Livro e da Edição, que trabalha para “incorporar os avanços das artes gráficas com os avanços do saber”, explica. O grande desafio da EDUSP para os próximos anos, aponta o vice-reitor da USP, Hélio Nogueira da Cruz, será justamente incorporar as novas tecnologias à produção editorial.

O evento marca a “estreia” do auditório da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Criada em 2004 com a condição de conservar, divulgar e facilitar o acesso do acervo do bibliófilo e sua esposa, o novo espaço vai abrigar, além do laboratório da Brasiliana, o Instituto de Estudos Brasileiros, o laboratório do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBi) e uma livraria da EDUSP. “Será um grande centro de humanidades, dedicado à preservação da memória e à universalização do acesso”, diz o professor Pedro Puntoni, diretor da Biblioteca Mindlin.

A conferência de abertura do simpósio foi realizada pelo professor Ivan Teixeira. Docente da Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP) e crítico literário, Teixeira falou sobre o conceito de livro e a sua relação com a produção simbólica e a História. Para Teixeira, o livro possui uma natureza híbrida, na qual o conteúdo e o suporte se associam, possibilitando a existência conceitual da arte. Todo livro tem princípio na cultura de uma comunidade, passando pelo escritor e, finalmente, pelo leitor. Segundo o professor, ler equivale a estabelecer relações com diversos códigos para fazer sentido. “O livro só se completa quando ele é lido”, conclui.

O simpósio internacional tem curadoria da professora Marisa Midori Deaecto, da ECA-USP. No mês passado, a professora conquistou o 1º lugar no Prêmio Jabuti 2012, na categoria Comunicação, com o livro O Império dos Livros: Instituições e Práticas de Leitura na São Paulo Oitocentista, publicado pela EDUSP. Confira a programação completa do simpósio no site: http://www.edusp.com.br/livroseuniversidades/50anos.

por Verônica Cristo, 6/11/2012

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